Com a assustadora pandemia por que passamos , o mundo todo, impressiona o número de vidas que se perderam, com o registro sempre assustador de mortes em vários países. Um horror que nos conduziu a um quadro pungente, diário, de dor e de tristeza, por tantas perdas para o temido vírus da Convid. E lá se foram muitas pessoinhas, gente do nosso coração: familiares, amigos, conhecidos.
Entre as pessoas que iam sucumbindo ao vírus, muita gente famosa, que frequenta assiduamente o noticiário coberto pelas mídias , com nomes celebrados da classe artística
Mesmo após a crise da pandemia, nos dias que correm , nos chama a atenção ainda a perda, constante e sofrida, de muitos artistas brasileiros, cujas figuras e valor de suas obras permanecem em nossa sensibilidade, em nosso mundo de recordações, que não deixamos de levar conosco. Ainda bem.
Os artistas, cultores da beleza, em variadas manifestações estéticas, fazem parte essencial de nossas vidas Parece que as perdas deles se tornaram mais frequentes. Talvez, para os que os acompanham há mais tempo.Cantores, atores, escritores têm seu falecimento noticiado às vezes na mesma semana, estressando o nosso pesar.
Semana passada, duas cantoras, muito amigas, parece que combinaram para nos deixarem no mesmo dia e serem veladas lado a lado, no Teatro Municipal do Rio. Leny Andrade e Dóris Monteiro foram cantoras e intérpretes de reconhecido valor pela crítica e pelo público. Com estilos bem diversos, permaneceram sempre amadas pelos fãs.
A música popular brasileira é rica, diversificada, nos encanta e emociona. Desde criança, pelas ondas do rádio, me entretinha com seus ritmos e intérpretes. Frequentei o Teatro Municipal do Rio, mas também, bem pertinho dele, o Teatro Rival, templo ultimamente dos cantores populares e de conjuntos musicais.O ecletismo só nos enriquece , como no caso da arte em geral, rompendo as barreiras entre a arte clássica e a popular.
Há pouco tempo ainda, perdemos a talentosa Rita Lee, cantora, compositora e intérprete de reconhecidos méritos. Logo após, chorávamos a morte da festejada Gal Costa, com sua voz inconfundível, que marcava todas as canções de seu vasto repertório. Os artistas que moram em nossas casas, com as suas criações, criam laços de estreita aproximação conosco, se tornam nossos conhecidos, amigos mesmo.
A perda deles, de cada um,. é , assim, muito sentida. Foram tão próximos de nós por tanto tempo! E continuarão a ser nossos parceiros no mundo da beleza, que, tantas vezes, nos consolam, num movimento de solidariedade que a arte em geral proporciona.
Hoje nos chega a triste notícia do falecimento da talentosíssima atriz Aracy Balabalian. Mais uma amiga que nos deixa, frequentadora antiga e constante de tantas casas . Avança a vida, presente sempre a arte, com as perdas inevitáveis, ainda que, no mundo moderno, possamos felizmente continuar a usufruir, na arte musical e na arte teatral, por exemplo, através de tantas gravações fiéis, momentos do mais puro deleite .