Continuo sendo um homem analógico. Apenas pequena parte de mim entrou no mundo digital. Minha cabeça é analógica, não há como negar. Vivi a maior parte da vida na analogia. O novo mundo avança célere , e eu empacado na analogia. Vai se ficando cada vez mais isolado. Os telefonemas, mesmo pelo celular, rareiam. Os telefones fixos já se tornaram quase objetos de decoração, de museu, como os bem antigos, e a voz é tão importante. Até para saber o estado emocional de um amigo, trocas mais íntimas entre os interlocutores.
Sinto a falta da voz de certos amigos. Dos vivos e dos que já se foram. Vozes com identidade própria. Era só ouvir uma dessas vozes e a reconhecia logo. Recebo atualmente uns rabiscos no whatsapp . Tudo muito apressado. Indagações corriqueiras. Um lero-lero muitas vezes bem desinteressante Gosto de alguns vídeos de humor.
Ante uma tela tão pequena, me embaraço , e a digitação se torna complicada. Fico até hoje espantado com a rapidez com que a maioria das pessoas movimenta as pequenas teclas.Pertencem ao mundo digital , comento comigo. Não é uma atividade para mim, um analogicozinho, um atrasadão fora do seu tempo .
Conversando com um amigo outro dia, ele se esforçou para me tirar esta pecha. Como atrasadão? No computador, você mostra que convive bem no mundo digital. Tem o seu e-mail, enviando e recebendo mensagens, atua no face , onde tem um bom número de amigos,visita o site da UOL e ainda tem o seu blog, que acumula um bom número de textos seus.
Mas parei aí, já há um bom tempo. A preguiça se faz presente, é verdade. Sabe, me falou o amigo. Também gosto muito de um telefone… Ah, se não fossem as palavras de um amigo? E de amigo digital, digitalíssimo.